domingo, abril 20, 2008

a escada para o quintal



Evoco registos que me tocam fundo na memória, na alma. Como sempre surgem alguns inesperados como é o caso dos caminhantes. É inquietante e próxima a possibilidade de andar sem rumo, a quatro , como ninguém anda, buscando uma razão para um sonho longínquo, erguer-me finalmente e espreitar para o outro lado dos muros todos, aliás a pintura é um meio para ver para além dos muros altos. Ver além.

A nossa infância, foi esclarecida com propostas de encantamentos, deslumbramentos, espreitadelas para o lado de lá. Desinquietações e inquietações à mão de semear.

Aquela escada para o quintal foi primeiro pintada pela Maria Georgina, um ícon da nossa infância. Atravessou os nossos dias e deixou um traço/sorriso. A escada de todas as outras brincadeiras. Tive o prazer de a subir e descer, à escala do meu lembrar, o cheiro do muro velho, o sol.

1 comentário:

Júlia Coutinho disse...

Desculpe Rui, mas vim aqui parar por acaso e fiquei fascinada. Vive na casa que foi do Anjos Teixeira? conheceu o Anjos Teixeira e a mulher? é que eu sou investigadora em Historia de Arte e tenho vindo a estudar toda a geração do Anjos Teixeira (filho) na Escola BA de Lisboa. Ainda não visitei a Casa-Museu em Sintra, mas aproveito todas as informações que possam dar-me. Obrigada. Gostava que me informasse das suas proximas exposições...